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Um Del​í​rio Madrep​é​rola

by Píncaro

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1.
Palha desfeita Resto de colheita Deita, descansa Num leito de migalhas Se você puder me perdoar São milhares minhas dores E se tem fim (ou não) Se tem fim (não sei) Se tem fim Seiva, azeite Um copo de leite Deita, descansa Num leito de migalhas Um dia eu vou saber para quem trabalho eu E até lá, tanto faz (ou não) Tanto fez (não sei) E outros clichês Eu vi você chorar “Quanto falta ou quando vai passar?” Como o passo do rebanho Que se apanha no relento Tudo passa tão depressa Eu fiz você chorar “Quanto falta ou quando vai passar?” Como o passo do rebanho Que se apanha no relento Tudo passa tão depressa
2.
Vi suspenso em pleno ar Preso pelo tempo E sua corrente Eu cresci com medo Raiva entre os dedos Lençóis de algodão Dentes de leão Segredos Um rosário de sementes Meus dentes de leite Ainda estão rangendo Quanto ao meu passado Fechado a sete chaves Lençóis de algodão Dentes de leão Cerrados Tudo que eu já vi Ai, as coisas que passei Um autorretrato desaparecendo Meus dias na cama Gastos e zangados Lençóis de algodão Dentes de leão Cravados
3.
Naderda 01:21
4.
Raiva 03:25
Bem vindo entre nós Nosso salvador Adorador, a dor Devorador, a dor Nosso salvador tem a mesma voz Dos pais dos seus pais Chora como um pássaro Que rasga o próprio peito E deixa para os filhos Raiva Dobra o seu corpo Salvador Ao círculo do tempo E encontra a dor Que ainda ecoa aí Chora como um pássaro O bico contra o peito Entoa o seu hino De palavras inflamadas Com a língua tenra Raiva
5.
Um vulto aguarda esquecido Nos cantos da casa Diz que não culpa Mas todo homem tem Pousando a mão no peito Expõe meus defeitos Um rosto abatido Que todo homem tem Eu escondo a mancha A fome de Saturno Devorando um filho Que todo homem tem Um pesadelo Desperta enquanto durmo É a fome de Saturno Que todo homem tem
6.
Madrepérola 03:28
Teu olhar austero tem um brilho Madrepérola De pedra esculpida A cara do pai E até que os dentes caiam um a um Madrepérolas Eu mordo a língua E falo da vida Com a boca ferida Cheia de espuma Madrepérola As joias da família tem um brilho Madrepérola Glória e orgulho Montes de entulho Calcário espalhado no quintal Ruínas e mistérios As histórias dos mais velhos Um império madrepérola
7.
Lúcia 00:58
8.
O Guarani 03:31
Ai Brasil Meu Brasil Ao menos faça jus Ao peso do teu nome E arde devagar Enquanto ainda dorme Sonha a fantasia De uma profecia Que nunca aconteceu Deitado eternamente Num berço Um eterno berço da infância Sempre criança Com teus autos de fé Tua memória fraca Tua história branca O delírio de um guarani Que não pode e não vai voltar Pra casa Ao menos faça jus Ao peso do teu nome E arde devagar Enquanto ainda dorme
9.
Essa pele de cordeiro Cobre o campo como espuma O manto da bruma da manhã Os rastros dessa mágoa Afundam em falhas desiguais Nossa carne Lilás Reclama a grama amassada Enquanto traço o trilho e alinho o pasto Pisoteado de cavalos mansos O rebanho masca o ranço do capim Alcançam o meu pescoço E descanso a carcaça no jardim Nossa carne desgarrada Maculada Carmim
10.
Onde o mar é branco, branco, branco… Eu me vejo em ti Carne mármore Eu canto entre os dentes Carne mármore A força do passado Carne mármore Que reconduz ao erro Aos becos que conheço Carne mármore Quando eu canto assim Com essa voz roída Com o peso da memória Na entonação da vida Carne Mármore Branco como o mar Eu canto além do que é dado a sonhar Carne mármore Eu nunca vou morrer Esse foi meu delírio Labirinto do tempo A imagem do filho Um sudário em marfim Você era idêntico a mim

about

"Um Delírio Madrepérola é um álbum sobre a memória, os bens e o sangue. Uma incursão aos anéis inferiores da consciência e uma acareação franca com o passado, minuciosamente revisitado num exercício de retrospecção. Longe de buscar uma resposta útil capaz de justificar o presente, as canções aqui percorrem os desdobramentos inexoráveis do destino.

Em Um Delírio Madrepérola, as imagens que Roger Valença mobiliza para dar corpo a seu relicário de memórias não provêm de uma casualidade fortuita. A prevalência de elementos calcários atravessa todas as composições e não deixa margem a dúvidas: madrepérola, marfim, mármore, etc., elementos rígidos que, se por um lado demandam tempo para sua conformação, tal como o passado refletido que nos constitui, emulam, por outro, o próprio esforço despendido na composição das músicas – o grau de sua profundidade, as linhas bem trabalhadas de seu violão e as metáforas elaboradas a que recorre são uma prova disso.

Não obstante, as imagens se adequam perfeitamente ao exercício de prospecção que Píncaro realiza acerca de suas origens, como um geólogo do tempo."

Diego Scalada

credits

released February 2, 2021

all songs by Roger Valença

Mariana Poppovic - Backing Vocals
Mauro Motoki - Synths, piano, guitar and backing vocals
Roger Valença - Vocals, nylon guitar and eletric guitar

Producer - Mauro Motoki
Recording Engineer - Claudio Tavares
Mix - Fabio Pinczowski
Master - Arthur Joly

Art direction - Mariana Poppovic

Recorded @ Porto/PT - Espaço Alcachofra, Estúdios Rangel and Arda Recorders

contato * oi.pincaro@gmail.com
instagram.com/oi.pincaro

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