Essa pele de cordeiro
Cobre o campo como espuma
O manto da bruma da manhã
Os rastros dessa mágoa
Afundam em falhas desiguais
Nossa carne
Lilás
Reclama a grama amassada
Enquanto traço o trilho e alinho o pasto
Pisoteado de cavalos mansos
O rebanho masca o ranço do capim
Alcançam o meu pescoço
E descanso a carcaça no jardim
Nossa carne desgarrada
Maculada
Carmim
Onde o mar é branco, branco, branco…
Eu me vejo em ti
Carne mármore
Eu canto entre os dentes
Carne mármore
A força do passado
Carne mármore
Que reconduz aos erros
Aos becos que conheço
Carne mármore
Quando eu canto assim
Com essa voz roída
Com o peso da memória
Na entonação da vida
Carne Mármore
Branco como o mar
Eu canto além do que é dado a sonhar
Carne mármore
Eu nunca vou morrer
Esse foi meu delírio
Labirinto do tempo
A imagem do filho
Um sudário em marfim
Você era idêntico a mim
Teu olhar austero tem um brilho
Madrepérola
De pedra esculpida
A cara do pai
E até que os dentes caiam um a um
Madrepérolas
Eu mordo a língua
E falo da vida
Com a boca ferida
Cheia de espuma
Madrepérola
As joias da família tem um brilho
Madrepérola
Glória e orgulho
Montes de entulho
Calcário espalhado no quintal
Ruínas e mistérios
As histórias dos mais velhos
Um império madrepérola
about
DESVALENÇA é um EP com versões alternativas de faixas originalmente lançadas em UM DELÍRIO MADREPÉROLA
credits
released October 20, 2023
Composições de Roger Valença
Produzido por Roger Valença e Mariana Poppovic @ Quinta Curicaca
Arte da capa por Mariana Poppovic
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